quarta-feira, 14 de junho de 2017

Pedagogia do Sofrimento

“Pedagogia do Sofrimento” é o nome de um livro que ainda não foi escrito. Nele, o processo de ensino e aprendizagem é apresentado como o conjunto das maldades que o professor organiza, cuidadosamente, com o objetivo de ajudar o aluno a perceber que a vida é difícil mesmo. A ideia é explorar ao máximo o valor pedagógico da angústia e da tristeza.

Se o mercado de trabalho é mesmo um lugar duro, cheio de desafios, é preciso preparar os estudantes. E obviamente não há melhor modo de fazê-lo senão reproduzindo cada uma de suas mazelas, didaticamente. 

Para o cumprimento do propósito, a primeira prova tem lugar central. É importante que ela proporcione, desde o início do semestre, algo parecido com o pânico e a ansiedade, e, quando corrigida pelo professor, um misto de revolta e frustração. 

Na sequência do curso, pode ser interessante manter suspense sobre quem será aprovado e quem será reprovado, de preferência, até o último dia de aula. 

De todo modo, o essencial é proporcionar, agora, boa dose de sofrimento, de modo intencional e sistemático, para que, no futuro, os nossos queridos alunos, abandonados à própria sorte, não corram o risco de sofrer. 

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